Síndrome do impostor: o que é, principais sinais e como lidar no ambiente de trabalho

A síndrome do impostor é um fenômeno psicológico que afeta indivíduos talentosos, levando-os a duvidar de suas próprias habilidades e conquistas, vivenciando uma sensação persistente de fraude.

Você já se perguntou se é realmente bom naquilo que faz? Questionou sua inteligência e capacidade? Sentiu que não pertence a um determinado lugar? Nesse contexto, todos esses são sinais desta síndrome.

Nesse contexto, Michelle Obama, ex-primeira-dama dos Estados Unidos, abordou de forma significativa esses sentimentos com os quais muitos podem se identificar. 

Através de suas palavras inspiradoras, ela trouxe à tona essa questão complexa e trouxe luz ao tema:

“Hoje em dia, os mais jovens chamam isso de síndrome de impostor. Sentem que não cabem ali, não pertencem. Eu tive de trabalhar duro para superar aquela pergunta que (ainda) faço a mim mesma: ‘eu sou boa o suficiente?’. É uma pergunta que me persegue por grande parte da minha vida. Estou à altura disso tudo? Estou à altura de ser a primeira-dama?”

Michelle Obama

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse fenômeno assombra mais de 70% da população pelo menos uma vez na vida. Mas como combater esse fenômeno?

Neste artigo, vamos explorar insights, sintomas e soluções para a síndrome do impostor. Acompanhe!

Síndrome do impostor: o que é?

A síndrome do impostor é um fenômeno psicológico em que os indivíduos têm uma percepção distorcida de si mesmos. Isto é, constantemente acreditam que são uma fraude, incompetentes ou incapazes, apesar de evidências contrárias de sucesso e competência.

Em outras palavras, essas pessoas sentem-se constantemente inseguras e duvidam de suas próprias habilidades, atribuindo seu sucesso a sorte, coincidência ou engano.

Quem sofre dessa síndrome tende a minimizar suas conquistas e habilidades, enquanto superestima as conquistas dos outros. Esses indivíduos têm medo de serem descobertos como “fraudes” e acreditam que, a qualquer momento, serão expostos como incompetentes. 

Essa síndrome pode afetar pessoas em diferentes áreas da vida, incluindo profissional, acadêmica e pessoal. Nesse sentido, as causas da síndrome do impostor podem ser diversas, incluindo: 

  • Experiências passadas;
  • Comparação com outras pessoas;
  • Perfeccionismo;
  • Baixa autoestima;
  • Entre outras.

A síndrome do impostor não é um diagnóstico clínico, mas sim um padrão de pensamento e comportamento. Assim, é fundamental reconhecer e abordar a síndrome do impostor, tanto a nível individual quanto organizacional. 

Síndrome do impostor e psicologia: qual é a relação?

Segundo Pauline Rose Clance e Suzanne Imes, pessoas que apresentam o fenômeno do impostor, insistem em acreditar que elas não são boas o suficiente e que apenas enganam quem pensa o contrário. Elas foram as psicólogas responsáveis pela publicação do primeiro artigo sobre autoboicote. 

Em seguida, na década de 1980, a psicóloga Gail Matthews uniu-se à Clance em uma nova pesquisa. Dessa vez, as pesquisadoras constataram que 80% das pessoas bem sucedidas já passaram por crises causadas pela síndrome do impostor. 

Nesse sentido, é importante destacar que entre os sintomas identificados pelas psicólogas, estão:

Perfeccionismo extremo

Os indivíduos que sofrem dessa síndrome tendem a estabelecer padrões irrealistas para si mesmos e têm dificuldade em aceitar qualquer coisa que não seja a perfeição. 

Em outras palavras, eles constantemente se esforçam para atingir um nível ideal de desempenho, levando à autodepreciação e à sensação constante de não serem bons o suficiente.

Falsidade para agradar

Para evitar serem descobertos como “fraudes”, algumas pessoas com síndrome do impostor podem adotar comportamentos de falsidade para agradar os outros. 

Isto é, eles se esforçam excessivamente para corresponder às expectativas dos demais, colocando suas próprias necessidades e opiniões em segundo plano. 

Essa falsidade decorre do medo de rejeição ou críticas, reforçando a crença de que não são genuinamente competentes.

Carisma

Nesse contexto, o carisma pode servir como uma forma de compensação, uma máscara que oculta a insegurança interna. 

Além disso, indivíduos carismáticos podem sentir ainda mais pressão para corresponder às expectativas e manter uma imagem de sucesso, o que pode intensificar a síndrome do impostor.

Procrastinação

A procrastinação pode ser uma consequência da síndrome do impostor. Ou seja, os indivíduos que a experimentam podem adiar tarefas ou evitar desafios por medo de não serem capazes de alcançar os padrões de excelência que eles mesmos estabeleceram. 

Essa procrastinação pode ser uma forma de autopreservação, uma tentativa de evitar a exposição de suas supostas fraquezas ou limitações.

Síndrome do impostor: como identificar entre os colaboradores?

Identificar a síndrome do impostor nos colaboradores pode ser um desafio. Isto é, as pessoas que a vivenciam tendem a esconder seus sentimentos por medo de serem descobertas. 

No entanto, existem alguns sinais e comportamentos que podem indicar a presença dessa síndrome. Aqui estão algumas pistas que podem ajudar a identificar a síndrome do impostor nos colaboradores:

Autodepreciação excessiva

Os colaboradores que sofrem da síndrome do impostor tendem a minimizar suas conquistas e habilidades, atribuindo seu sucesso a fatores externos, como sorte, ajuda de outros ou engano.

Medo constante de ser descoberto

Eles vivenciam um medo persistente de serem expostos como incompetentes ou fraudulentos. Podem evitar situações desafiadoras ou oportunidades de destaque, com receio de serem confrontados com suas supostas limitações.

Perfeccionismo extremo

Os colaboradores com síndrome do impostor podem ser excessivamente autocríticos e estabelecer padrões inalcançáveis para si mesmos. Eles nunca se sentem satisfeitos com seu desempenho, mesmo quando são bem-sucedidos.

Dificuldade em aceitar elogios

Os colaboradores com essa síndrome tendem a minimizar ou rejeitar elogios, sentindo-se desconfortáveis com o reconhecimento de suas conquistas.

Comparação constante com os outros

Eles têm uma tendência a se comparar negativamente com os colegas, acreditando que os outros são mais competentes e bem-sucedidos.

Baixa autoconfiança

Apesar de terem conquistado resultados positivos, os colaboradores com síndrome do impostor têm uma autoimagem negativa e duvidam de sua capacidade de repetir o sucesso.

Sobrecarga de trabalho

Eles podem sentir a necessidade de trabalhar excessivamente para compensar sua percepção de incompetência, evitando delegar tarefas ou pedir ajuda.

É recomendado abordar o assunto com sensibilidade, promovendo um ambiente de apoio. Além disso, é ideal incentivar a comunicação aberta para que os colaboradores se sintam à vontade para expressar seus sentimentos e buscar o suporte necessário.

Síndrome do impostor: como lidar na empresa?

Lidar com a síndrome do impostor na empresa requer sensibilidade, empatia e estratégias eficazes. Aqui estão algumas abordagens para ajudar colaboradores a lidar com essa síndrome no ambiente de trabalho:

Promova um ambiente de apoio e confiança

Em primeiro lugar, falar é um dos passos mais importantes para lidar com a síndrome do impostor. Ou seja, é muito importante que os colaboradores se sintam à vontade para conversar sobre esses sentimentos. 

Nesse sentido, é importante criar uma cultura organizacional que valorize abertamente os esforços individuais e encoraje a comunicação franca. Estabeleça um clima de confiança, onde os colaboradores se sintam seguros para expressar suas dúvidas e inseguranças sem medo de julgamento ou punição.

Eduque sobre a síndrome do impostor

Compartilhe informações sobre a síndrome do impostor por meio de treinamentos, palestras ou materiais educativos. Aumentar a conscientização sobre o tema ajuda a normalizar a experiência e permite que os colaboradores reconheçam seus próprios padrões de pensamento.

Ofereça feedback construtivo

Proporcione feedback frequente e construtivo aos colaboradores, enfatizando seus pontos fortes e reconhecendo suas contribuições. Isso ajuda a reforçar sua confiança e autoestima, auxiliando na superação da síndrome do impostor.

Incentive o desenvolvimento profissional

Ofereça oportunidades de aprendizado e crescimento, como treinamentos, workshops e programas de mentoria. Ao investir no desenvolvimento dos colaboradores, você os ajuda a adquirir novas habilidades e conhecimentos, fortalecendo sua confiança profissional.

Aqui, também pode ser interessante estimular a troca de experiências e conhecimento. Isto é, ensinar alguém faz com que a pessoa veja que realmente sabe e tem propriedade sobre determinado assunto ou área.

Fomente a cultura do erro como aprendizado

Encoraje uma mentalidade de aprendizado, onde os erros sejam vistos como oportunidades de crescimento. Mostre que falhas são parte do processo e que todos estão suscetíveis a elas. Isso reduz a pressão e o medo de falhar, aliviando a sensação de impostorismo.

Estabeleça metas realistas

Ajude os colaboradores a definirem metas alcançáveis e realistas, evitando padrões de perfeccionismo inatingíveis. Incentive a celebração de conquistas, mesmo as menores, para reforçar a autoconfiança e reconhecer o progresso individual.

Ofereça bem-estar

Além de suporte psicológico, a qualidade de vida é fundamental para combater a síndrome do impostor. Isto é, o bem-estar dos colaboradores engloba a saúde física, emocional e mental. 

Quando algo se encontra “fora do eixo” no ambiente de trabalho, todo o sistema é afetado negativamente. Em outras palavras, resulta em consequências prejudiciais, como: 

  • Queda na produtividade;
  • Falta de engajamento dos colaboradores;
  • Impacto nos resultados individuais e organizacionais da empresa.

Dessa forma, proporcionar bem-estar é fundamental para combater a síndrome do impostor, pois essa condição está intimamente ligada ao equilíbrio emocional e à saúde mental dos indivíduos. 

Além disso, a sensação de segurança e conforto no local de trabalho não beneficia apenas os colaboradores, mas também contribui para uma cultura organizacional saudável e produtiva. Afinal, uma gestão humanizada e estratégica é dever das empresas!

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Conclusão

Em síntese, a síndrome do impostor é um desafio significativo que afeta muitos indivíduos em diferentes áreas da vida, incluindo o ambiente de trabalho. 

No entanto, ao reconhecer e abordar a síndrome do impostor, é possível promover uma cultura de apoio, crescimento e autenticidade no local de trabalho.

Ao educar sobre a síndrome do impostor, incentivar o desenvolvimento profissional e criar um ambiente de confiança, as organizações podem ajudar os colaboradores a superar seus medos e inseguranças. 

Promover o bem-estar emocional e mental é essencial nessa jornada, fornecendo suporte adequado e ferramentas para lidar com a síndrome do impostor. Afinal, a síndrome do impostor não precisa ser uma barreira para o sucesso profissional e pessoal. 

Com apoio adequado, conscientização e estratégias apropriadas, podemos capacitar os indivíduos a abraçarem seu verdadeiro potencial. Isto é, cultivando uma mentalidade positiva e alcançando resultados notáveis. 

Juntos, podemos construir uma cultura de confiança, crescimento e realização, onde cada indivíduo possa se sentir valorizado e autêntico.

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